sábado, 14 de janeiro de 2012

DA JANELA DO MEU QUARTO

Hoje abri a janela do meu quarto e tive uma grande surpresa uma linda rosa desabrochou no meu jardim. Ela estava ali imponente e bela me saudando com bom dia.
O dia parecia diferente na perspectiva da rosa. Nada lhe preocupava, pousando em meio alguns outros botões.
E vislumbrando a beleza da rosa comecei nos meus devaneios internos.
Quantas vezes nós estamos assim, com a pele aveludada, graciosa e cheia de perfume para espalhar aos outros. Pousamos em meio à um jardim de tantas outras flores, plantas e botões que competem conosco o desenrolar da vida.
Queremos oferecer o que há de mais belo em nós, desejamos algumas vezes sermos admirados em nossa beleza ou quem sabe pelo nosso perfume. E aí me deparei com a realidade em que chegamos.
Estamos tão absorvidos pela correria dos nossos dias, tentando desempenhar os mais diversos papéis em que nos colocamos ou que somos colocados, que não temos tempo sequer de observar a beleza do próximo.
Não trato aqui da observação da beleza interessada, do enamoramento, do galanteio. Falo de enxergar no meu próximo sua essência, suas qualidades, seus anseios. Enxergar a pessoa como um ser existencial com característica tão própria e única
Falo de vínculos. E por falar em vínculo, o que dizer dos vínculos familiares?
Até no seio da família nuclear os próximos não se enxergam. O contato familiar em alguns casos está tão distante que chega ao ponto da comunicação entre pais e filhos serem por email ou torpedos.
Exagero?
Não temos tempo de ver se o esposo cortou o cabelo ou se o filho está mais alto. A beleza da rosa do jardim familiar aos poucos está se perdendo. As pétalas caindo e nem percebemos.
Os espinhos ? Esses sim estão cada vez mais viçosos no seio familiar.
Filhos contra pais, pais contra filhos, filhos que matam seus pais por herança, pais que esquecem seus filhos dentro do carro fechado ou jogam eles pela janela porque choram demais.
Ah, os espinhos...encravados tão fortemente em nossa sociedade, desvirtuando o que foi constituído para dar segurança, proteção e apoio.
Descaracterizada, há quem chame o jardim da família de instituição falida.
Que a sociedade atual requer um novo padrão de família, uma fórmula mais moderna e não tão retrógrada.
Em casa uma visão mais aberta para educar os filhos.
Palmadas? Nem pensar, hoje é crime!
Pensa que eu sou radical, preconceituosa e antiguada? Que fui criada na época da ditadura militar?
Nada disso!
Se pensa assim, te convido a olhar em volta de você, sua família, a do seu vizinho ou amigo.
O que vê?
Rosas ou os espinhos?

Nenhum comentário:

Postar um comentário