sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma reflexão: Porque há tantos cristãos afastados?

Existe uma conexão íntima entre a busca de honestidade e uma personalidade transparente. Não podemos ter um encontro com o Deus vivo até ver-nos face a face como seres pecadores.



Na filosofia o oposto da verdade é o engano, nas escrituras o oposto da verdade é a mentira. E para muitos de nós a mentira consiste em parecer algo que não somos.



Muitas vezes, queremos nos defrontar com a verdade, a realidade do que somos.



O demônio da vida cristã é a tentação de nos perder do eu interior enquanto preservamos a casca externa do comportamento edificante.



Há muitos na igreja praticando obras para enriquecer seu currículo cristão, jejuando porque precisa perder uns quilinhos e falando sobre sua vida de oração e jejum para gerar a impressão de que é "homem/mulher de Deus".



No sentido claro da palavra, vivem uma aparência que não traduz a essência e se escondem de si mesmos e tentam uma vida fadigada dentro de uma legalidade, se tornam legalistas.



Permanecem sozinhos, fora da sua própria existência, representando personagens que não são de fato. Não se reconhecem necessitados da graça e do perdão de si mesmos, vivem de mentiras e hipocrisias.



E quando confrontados não conseguem suportar suas mazelas, se sentem rejeitados e rejeitam a graça. Se revoltam com o outro, mas na verdade, estão presos na sua própria existência pecadora e afastam-se de Deus na tentativa de não terem que olhar para si, colocando Deus no lugar do culpado.



Aí a grande estratégia demoníaca, nos fazer permanecer no engano, presos em nós mesmos, isolados na fortaleza das nossas próprias racionalizações.



O demônio habita na ânsia de controlar em vez de libertar a alma humana.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Decepções e o Superego

Você já sofreu uma decepção? Eu já e várias.
Ontem percebi algo no meu coração, puxa que coisa algo em mim mudou!
Olhei para as pessoas e me senti longe. Ouvi o que estavam falando, a troca de palavras afetivas uns aos outros e toda aquela manifestação de carinho.
Ah, quem me dera voltar a crer que as palavras podem ser verdades, mas como crer nas palavras se as atitudes demonstradas não condizem com o que é dito?
O jeito é observar os fatos.
E assim fiquei de longe só observando, desejosa em participar mas lá dentro de mim tudo estava duro, cinza, amendrontado.
Esse é o efeito de quem sofreu uma decepção ou várias. Que acreditou nas palavras, entregou-se sem reservas e não teve reciprocidade.
Será que temos ou recebemos sempre reciprocidade?
Não, claro que não, entretanto, as sucessões de frustrações e decepções causam o "trauma da entrega".
E então em outro momento e em outro lugar com outros atores, lá no amâgo do ser um mecanismo de defesa é acionado nos protegendo da dor futura; é inevitável.
Como eu gostaria de viver de novo, eu queria mesmo acreditar...
Naquela multidão de pessoas e palavras estava eu me reservando, com o meu superego me ditando ordens e falando o tempo todo:
- Cuidado, cuidado, lembre-se do que já passou.
E eu como agi? Quiz lutar contra ele e dizer pra mim mesma:
- Poderá ser diferente, vou arriscar.
- Melhor não, você vai se machucar. Me diz ele.
Ah! que luta dentro de mim. Que conflito interno.
E nesta guerra de titãs eu fiquei estática, sem conseguir manifestar meu desejo de relacionar-me de novo, de me entregar e quem sabe confiar.
Assim foi...a oportunidade à minha frente.
Tudo estava em frente aos meus olhos, eu bem que gostaria, mas observando os fatos, as atitudes de alguns, resolvi me assegurar no superego.
Fui pra casa com uma sensação que posso estar em outro lugar, com outras pessoas e com certeza haverá decepções, mas, lá no fundo de mim havia um desejo.
O melhor que pude fazer foi ficar de longe protegida no superego até quem sabe as feridas cicatrizem e as marcas sejam apenas lembranças de uma dor sofrida e não a cauterização do desejo.
Em fim, o superego tem essa função de ditar ordens, valores, moralidade com a intenção de nos proteger da dor.
Ele cria defesas contra a dor emocional e as vezes essas defesas nos afastam de experiências boas. Daí a importância da psicoterapia para auxiliar o indivíduo no desenvolvimento da superação das frustrações e da dor a fim de que consiga aproveitar a vida de maneira mais saudável e correr o risco de buscar novos relacionamentos.
Eu quero e desejo esse amadurecimento interior e você?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu me vi no Cisne Negro

Quantas vezes estamos numa relação pensando estar totalmente inteiros.
Nos entregamos de corpo e alma, doamos o que há de melhor em nós. Desejamos e somos desejados e nos entregamos ao outro sem reservas.
Sem reservas? Ops espera aí algo aconteceu em mim!
Falar na entrega é bem complicado, pior ainda é falar do EU desejado.
Ontem fui ao cinema com uma amiga e lá estava eu em frente a grande tela...Cisne Negro.
Afinal quem é o cisne negro?
Pra que ser cisne negro se podemos ser brancos?
Os questionamentos fluiam dentro de mim no decorrer e depois do filme. Como foi bom!
Como é bom olharmos para nós e identificarmos que muito do que desejamos no outro é nosso. Que projetamos no nosso relacionamento um ideal de desejo que o outro não pode nos oferecer. É claro se ele também não se projetar em nós.
Estamos em todo tempo dos nossos relacionamentos colocando no outro o que é nosso e querendo extirpar do outro o que não nos agrada, mas bem da verdade é que não suportamos ver no Outro o que é nosso!
Daí estabelece-se relacionamentos patólogicos, alucinações psicóticas, onde apenas Um pode existir.
E grande pergunta é: Quem somos de fato?
Qual o desejo desejado? Desejo pelo Outro ou me desejo no Outro?
Ah que confusão!!!
Quantas vezes estamos num relacionamento cheio de reservas iludidos pensando estar vivendo um grande relacionamento de amor.
Que nada!!!! O amor só pode ser estabelecido quando de fato posso SER na relação!
Quando posso EXISTIR de fato sem reservas...
Quando posso assumir que gostaria muito de ser o cisne negro mais que não sou ou vice versa...
Quando deparo com minhas fraquezas, minhas mazelas e não me frustro e não me decepciono.
Quando o outro pode me ver e encontrar em mim as falhas, as limitações e ainda sim me amar e me aceitar.
Quando não preciso tranportar para o Outro a minha responsabilidade de estar reservado na relação.
Meu Deus como é dificil abrir mão das construções de anos e Amadurecer...
Mais como é necessário perder o meu EU fragmentado para SER...
Como já disse em outras ocasiões há pêrdas que são necessárias, mas não posso negar são DOLORIDAS!!!!
Em todas as exsperiências de relacionamento estamos sempre nos justificando para não estarmos inteiros.
Não queremos nos mostrar, nos expor, entretanto, o bem da verdade é que para relacionar-se precisamos nos ver na relação e aí é que mora o perigo...
Quem quer se ver?
Quem quer encontrar-se num Eu inteiro?
Como é duro SER se a sociedade exige sempre que sejamos cisnes negros e brancos...mas muitas vezes não queremos...já que muitas vezes queremos matar em nós o que não desejamos!!!!