sábado, 6 de outubro de 2012

Qual o preço do sonho?

Acompanhei uma amiga para fazer um procedimento de fertilização e lá fiquei observando como sempre, acho que aprendi esta arte. Sabe aqueles momentos na vida em que pensamos que tudo está perdido, que nossos sonhos se findaram e que não vale a pena? Sempre surge uma nova esperança! É fato que decepções e frustrações são comuns quando falamos de sonhos, mas a verdade é quanto uma decepção pode nos frustrar e nos paralisar diante de uma nova chance de sonhar? Ali naquele consultório, fiquei olhando as diversas faces que paravam à minha frente na sala de espera. Cada rosto uma expressão, uma história por trás de um sorriso, de um silêncio e até de lágrimas. Em cada rosto uma expectativa, uma possibilidade, um caminho. Mulheres acompanhadas de seus esposos, amigas, amigos e mulheres sozinhas, grávidas e felizes, outras não. Ah, eu senti a tensão daquele lugar. E no silêncio da espera, tudo começou a brotar dentro de mim e quem sabe essas palavras aqui possam gerar frutos em você... O sonho... O sonho muitas vezes nos parece impossível, um devaneio, uma fuga da realidade que nos causa um sentimento estranho, um prazer e em alguns uma certa tristeza. Para alguns o sonho tem característica energética, leva à novas possibilidades e conquistas, para outros traz um efeito contrário, o pesar, a tristeza diante de algo que parece irreal e impossível. Mas seja lá qual for o seu sonho...Ainda que seja mesmo irreal e aos seus olhos impossíveis, quero te levar a refletir com essas minhas palavras, quanto ele vale? Quanto você investiria para a realização dos seus sonhos? Que sacrifício faria para alcançá-lo? Por onde iria ou passaria para chegar até ele? Qual o preço do seu sonho? Eu não falo aqui do sonho definido pelo dicionário que diz que "o sonho é um devaneio, uma ilusão ou um produto do inconsciente durante o sono", mas eu falo aqui, do seu DESEJO. Aquele DESEJO mais íntimo do seu coração, que só de pensar seu espírito se alegra. Eu falo aqui do DESEJO mais sincero e puro, sem intenções levianas por detrás dele. Eu falo do SONHO que te leva a chegar mais perto da felicidade. E pensando neste sonho, qual o preço dele? E foi ali naquele consultório, com rostos desconhecidos que pude me auto avaliar e conhecendo um pouco a história da minha amiga, cheguei a seguinte conclusão. Precisamos do DESEJO para viver. Estamos sempre desejando algo em nós, para nós, por nós. Há sempre um desejo nos acompanhando durante a jornada da vida. Desejos esses, que em alguns momentos dão um colorido em nossos dias e em outros momentos escondem nossa real insatisfação com a vida. Entretanto, o Sonho não. Ele é diferente. Ele nos move em busca da sinceridade, da transparência, da autenticidade.Ele nos leva em direção à LUZ. Sonhar é possível quando não desistimos diante das dificuldades, quando prevalecemos mesmo em meio à dor, quando não nos decepcionamos com os NÃO que enfrentamos. Sonhar é possível quando se tem FÉ... E FÉ é o firme fundamento daquilo que não vemos, mas cremos!!! Então, eu posso SONHAR!!!!

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Uma nova visão do estar sozinho...

Estar sozinho Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher; ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal. A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um. O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo... Dr. Flávio Gikovate

sábado, 14 de janeiro de 2012

DA JANELA DO MEU QUARTO

Hoje abri a janela do meu quarto e tive uma grande surpresa uma linda rosa desabrochou no meu jardim. Ela estava ali imponente e bela me saudando com bom dia.
O dia parecia diferente na perspectiva da rosa. Nada lhe preocupava, pousando em meio alguns outros botões.
E vislumbrando a beleza da rosa comecei nos meus devaneios internos.
Quantas vezes nós estamos assim, com a pele aveludada, graciosa e cheia de perfume para espalhar aos outros. Pousamos em meio à um jardim de tantas outras flores, plantas e botões que competem conosco o desenrolar da vida.
Queremos oferecer o que há de mais belo em nós, desejamos algumas vezes sermos admirados em nossa beleza ou quem sabe pelo nosso perfume. E aí me deparei com a realidade em que chegamos.
Estamos tão absorvidos pela correria dos nossos dias, tentando desempenhar os mais diversos papéis em que nos colocamos ou que somos colocados, que não temos tempo sequer de observar a beleza do próximo.
Não trato aqui da observação da beleza interessada, do enamoramento, do galanteio. Falo de enxergar no meu próximo sua essência, suas qualidades, seus anseios. Enxergar a pessoa como um ser existencial com característica tão própria e única
Falo de vínculos. E por falar em vínculo, o que dizer dos vínculos familiares?
Até no seio da família nuclear os próximos não se enxergam. O contato familiar em alguns casos está tão distante que chega ao ponto da comunicação entre pais e filhos serem por email ou torpedos.
Exagero?
Não temos tempo de ver se o esposo cortou o cabelo ou se o filho está mais alto. A beleza da rosa do jardim familiar aos poucos está se perdendo. As pétalas caindo e nem percebemos.
Os espinhos ? Esses sim estão cada vez mais viçosos no seio familiar.
Filhos contra pais, pais contra filhos, filhos que matam seus pais por herança, pais que esquecem seus filhos dentro do carro fechado ou jogam eles pela janela porque choram demais.
Ah, os espinhos...encravados tão fortemente em nossa sociedade, desvirtuando o que foi constituído para dar segurança, proteção e apoio.
Descaracterizada, há quem chame o jardim da família de instituição falida.
Que a sociedade atual requer um novo padrão de família, uma fórmula mais moderna e não tão retrógrada.
Em casa uma visão mais aberta para educar os filhos.
Palmadas? Nem pensar, hoje é crime!
Pensa que eu sou radical, preconceituosa e antiguada? Que fui criada na época da ditadura militar?
Nada disso!
Se pensa assim, te convido a olhar em volta de você, sua família, a do seu vizinho ou amigo.
O que vê?
Rosas ou os espinhos?