sexta-feira, 8 de abril de 2011

Decepções e o Superego

Você já sofreu uma decepção? Eu já e várias.
Ontem percebi algo no meu coração, puxa que coisa algo em mim mudou!
Olhei para as pessoas e me senti longe. Ouvi o que estavam falando, a troca de palavras afetivas uns aos outros e toda aquela manifestação de carinho.
Ah, quem me dera voltar a crer que as palavras podem ser verdades, mas como crer nas palavras se as atitudes demonstradas não condizem com o que é dito?
O jeito é observar os fatos.
E assim fiquei de longe só observando, desejosa em participar mas lá dentro de mim tudo estava duro, cinza, amendrontado.
Esse é o efeito de quem sofreu uma decepção ou várias. Que acreditou nas palavras, entregou-se sem reservas e não teve reciprocidade.
Será que temos ou recebemos sempre reciprocidade?
Não, claro que não, entretanto, as sucessões de frustrações e decepções causam o "trauma da entrega".
E então em outro momento e em outro lugar com outros atores, lá no amâgo do ser um mecanismo de defesa é acionado nos protegendo da dor futura; é inevitável.
Como eu gostaria de viver de novo, eu queria mesmo acreditar...
Naquela multidão de pessoas e palavras estava eu me reservando, com o meu superego me ditando ordens e falando o tempo todo:
- Cuidado, cuidado, lembre-se do que já passou.
E eu como agi? Quiz lutar contra ele e dizer pra mim mesma:
- Poderá ser diferente, vou arriscar.
- Melhor não, você vai se machucar. Me diz ele.
Ah! que luta dentro de mim. Que conflito interno.
E nesta guerra de titãs eu fiquei estática, sem conseguir manifestar meu desejo de relacionar-me de novo, de me entregar e quem sabe confiar.
Assim foi...a oportunidade à minha frente.
Tudo estava em frente aos meus olhos, eu bem que gostaria, mas observando os fatos, as atitudes de alguns, resolvi me assegurar no superego.
Fui pra casa com uma sensação que posso estar em outro lugar, com outras pessoas e com certeza haverá decepções, mas, lá no fundo de mim havia um desejo.
O melhor que pude fazer foi ficar de longe protegida no superego até quem sabe as feridas cicatrizem e as marcas sejam apenas lembranças de uma dor sofrida e não a cauterização do desejo.
Em fim, o superego tem essa função de ditar ordens, valores, moralidade com a intenção de nos proteger da dor.
Ele cria defesas contra a dor emocional e as vezes essas defesas nos afastam de experiências boas. Daí a importância da psicoterapia para auxiliar o indivíduo no desenvolvimento da superação das frustrações e da dor a fim de que consiga aproveitar a vida de maneira mais saudável e correr o risco de buscar novos relacionamentos.
Eu quero e desejo esse amadurecimento interior e você?