segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu me vi no Cisne Negro

Quantas vezes estamos numa relação pensando estar totalmente inteiros.
Nos entregamos de corpo e alma, doamos o que há de melhor em nós. Desejamos e somos desejados e nos entregamos ao outro sem reservas.
Sem reservas? Ops espera aí algo aconteceu em mim!
Falar na entrega é bem complicado, pior ainda é falar do EU desejado.
Ontem fui ao cinema com uma amiga e lá estava eu em frente a grande tela...Cisne Negro.
Afinal quem é o cisne negro?
Pra que ser cisne negro se podemos ser brancos?
Os questionamentos fluiam dentro de mim no decorrer e depois do filme. Como foi bom!
Como é bom olharmos para nós e identificarmos que muito do que desejamos no outro é nosso. Que projetamos no nosso relacionamento um ideal de desejo que o outro não pode nos oferecer. É claro se ele também não se projetar em nós.
Estamos em todo tempo dos nossos relacionamentos colocando no outro o que é nosso e querendo extirpar do outro o que não nos agrada, mas bem da verdade é que não suportamos ver no Outro o que é nosso!
Daí estabelece-se relacionamentos patólogicos, alucinações psicóticas, onde apenas Um pode existir.
E grande pergunta é: Quem somos de fato?
Qual o desejo desejado? Desejo pelo Outro ou me desejo no Outro?
Ah que confusão!!!
Quantas vezes estamos num relacionamento cheio de reservas iludidos pensando estar vivendo um grande relacionamento de amor.
Que nada!!!! O amor só pode ser estabelecido quando de fato posso SER na relação!
Quando posso EXISTIR de fato sem reservas...
Quando posso assumir que gostaria muito de ser o cisne negro mais que não sou ou vice versa...
Quando deparo com minhas fraquezas, minhas mazelas e não me frustro e não me decepciono.
Quando o outro pode me ver e encontrar em mim as falhas, as limitações e ainda sim me amar e me aceitar.
Quando não preciso tranportar para o Outro a minha responsabilidade de estar reservado na relação.
Meu Deus como é dificil abrir mão das construções de anos e Amadurecer...
Mais como é necessário perder o meu EU fragmentado para SER...
Como já disse em outras ocasiões há pêrdas que são necessárias, mas não posso negar são DOLORIDAS!!!!
Em todas as exsperiências de relacionamento estamos sempre nos justificando para não estarmos inteiros.
Não queremos nos mostrar, nos expor, entretanto, o bem da verdade é que para relacionar-se precisamos nos ver na relação e aí é que mora o perigo...
Quem quer se ver?
Quem quer encontrar-se num Eu inteiro?
Como é duro SER se a sociedade exige sempre que sejamos cisnes negros e brancos...mas muitas vezes não queremos...já que muitas vezes queremos matar em nós o que não desejamos!!!!

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